sexta-feira, 25 de março de 2011

TEMPO COMUM - Eliomar Ribeiro

            Durante o Ano Litúrgico, além dos dois ciclos fortes do Natal e da Páscoa, o maior período das celebrações acontece no chamado Tempo Comum. Mesmo sendo uma expressão pouco acertada, o que se quer é levar a comunidade cristã a continuar no seguimento diário do Senhor, escutando sua Palavra e colocando em prática o que o Ele pedagogicamente nos vai ensinando a cada Domingo. É um tempo para aprender melhor a ser discípulo, ser discípula.

“O tempo comum nos leva a refletir sobre o sentido do tempo como dom de Deus. O comum distingue-se do extraordinário, do festivo. No Ano Litúrgico, como em nossa vida, existem tempos fortes de festa e tempos ordinários, comuns. Uma orquestra não toca sempre usando o “tutti”, o fortíssimo”.

O Tempo Comum está dividido em 34 semanas e é celebrado após o Tempo do Natal até o início da Quaresma e após o Tempo da Páscoa até o início do Advento. O início deste tempo celebrativo é marcado pela festa do Batismo de Jesus, no mês de janeiro, e sua conclusão acontece com a festa de Cristo Rei, no mês de novembro. “Aquele que hoje chamamos de tempo comum, porque não tem como objeto a celebração particular de um determinando mistério de cristo, não tem em si nada que o torne de qualidade inferior aos outros tempos nem, por outro lado, tem um valor superior” (A. Nocent).

            A Igreja aconselha que as festas dos Santos padroeiros sejam celebradas neste Tempo. A Liturgia valoriza os santos porque eles testemunharam na vida o seguimento radical de Jesus. Os primeiros santos a receberem culto na Igreja primitiva foram os mártires, que associaram o seu sangue ao sangue de Cristo derramado na cruz.

            Nos Domingos do Tempo Comum a cor litúrgica utilizada é a verde. Usa-se nas toalhas da mesa da Palavra e do Altar, nas vestes dos ministros, dos leitores e de quem vai presidir. Os símbolos estão de acordo com a proposta do Evangelho de cada Domingo. É importante valorizar a procissão de abertura em todas as Celebrações de Domingo. Nas festas que acontecem nesse período a cor litúrgica é a branca. Nas Solenidades e Festas da Mãe de Jesus a cor também é branca. Na memória dos mártires a cor é a vermelha. Na festa de Cristo Rei usa-se branco ou amarelo/dourado. Por influência das culturas afro-indígenas muitas comunidades estão usando toalhas coloridas nas festas e nos Domingos do Tempo Comum, é uma novidade que vale a pena ser cultivada.

            A cada semana somos convidados a renovar nosso compromisso de amor com o Senhor na celebração da comunidade. Ele mesmo quer que o encontremos presente na comunidade “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou presente no meio deles”. Como seguidores e amigos do Senhor queremos sempre mais estar com Ele renovando sua Aliança de amor por nós.


Eliomar Ribeiro, é padre jesuíta, capixaba, escritor, poeta, compositor e quando escreveu este artigo vivia em Roma onde preparava o Mestrado em Teologia com especialização em Juventude.
eliomar@jesuitas.org.br


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