sexta-feira, 25 de março de 2011

Caminhos profissionais

 
O caminho da escolha profissional tem, pelo menos, dois lados: o lado da pessoa (adolescente/jovem) que escolhe, e o lado da profissão (ou profissões) que serão escolhidas. Para que a escolha seja a mais acertada possível, é preciso “conversar” e conhecer estes dois lados da, talvez, decisão mais importante de nossas vidas. Primeiro é preciso conhecer-se, ou seja, saber das próprias habilidades, interesses e valores, possibilidades e limites. Depois, é preciso saber das características da outra parte: o que será que ela (a profissão) vai exigir e oferecer para mim?


O louco
No pátio de um manicômio encontrei um jovem com rosto pálido, bonito e transtornado.
Sentei-me junto a ele sobre a banqueta e lhe perguntei: - “Por que você está aqui?”
Olhou-me com olhar atônito e me disse:
- “É uma pergunta pouco oportuna a tua, mas vou respondê-la.
Meu pai queria fazer de mim um retrato dele mesmo, e assim também meu tio.
Minha mãe via em mim a imagem de seu ilustre genitor.
Minha irmã me apontava o marido, marinheiro, como o modelo perfeito para ser seguido.
Meu irmão pensava que eu devia ser idêntico a ele: um vitorioso atleta.
E mesmo meus mestres, o doutor em filosofia, o maestro de música e o orador, eram bem convictos: cada um queria que eu fosse o reflexo de seu vulto em um espelho.
Por isso vim para cá.
Acho o ambiente mais sadio.
Aqui pelo menos posso ser eu mesmo”.
(Kahlil Gibran. Para além das palavras)
 
Fábrica
(Renato Russo)
Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez
Não é pedir demais:
Quero justiça,
Quero trabalhar em paz
Não é muito o que lhe peço
Eu quero trabalho honesto
Em vez de escravidão
Deve haver algum lugar
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance
De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?
O céu já foi azul, mas agora é cinza
E o que era verde aqui já não existe
Mas quem me dera acreditar
Que não acontece nada de tanto brincar
com fogo
Que venha o fogo então
Esse ar deixou minha vista cansada
Nada demais
Nada demais.
 
 
1 - Escutar (se possível) e/ou ler a música “Fábrica”, de Renato Russo. Depois, conversar sobre as expectativas de cada um(a) em relação ao ingresso no mercado de trabalho. O que espero? Quais caminhos profissionais “eu espero trilhar?”
Observação: se alguma(s) pessoa(s) do grupo já trabalha(m), pode(m) contar a sua experiência de ingresso e realização no trabalho (como se sente, problemas, vitórias).
 
2 - Cada participante fala sobre a profissão ou profissões que gostaria de ter. Depois, o grupo busca informações sobre as profissões citadas. Além disso, o grupo pode buscar mais informações sobre as “profissões do futuro”, citadas na entrevista (pags. 12 e 13) da edição de Agosto de 2003 do jornal Mundo Jovem.
Observação: este trabalho de busca de informações sobre as profissões (o que é, os requisitos que exige, localização, salário etc.) pode se prolongar por vários encontros, dependendo do grau de aprofundamento que os participantes quiserem ter sobre o tema.
 
3 - A partir da leitura da crônica “O louco”, de Kahlil Gibran, conversar sobre a influência dos adultos, sobretudo, os pais, na sua escolha profissional. Em que ajuda? Em que atrapalha?
Observação: quem coordena o encontro pode preparar com antecedência uma encenação da crônica: “O louco”.

Artigo publicado na edição de Agosto de 2003, página 14.
Equipe Mundo Jovem.

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