sexta-feira, 25 de março de 2011

PÁSCOA: vitória da vida sobre a morte! - Eliomar Ribeiro

 
A Segunda parte do ciclo pascal é constituída das festas pascais e do tempo pascal até pentecostes. É um tempo privilegiado da alegria e da paz que o Senhor Jesus dá à sua comunidade reunida. As festas pascais são, por assim dizer, o miolo, o ponto central da fé e da vida da Igreja cristã.
Na quinta-feira santa a comunidade se reúne para celebrar a ceia do Senhor no encontro íntimo, deixando-se educar por Jesus sobre a melhor maneira de cuidar uns dos outros (lava-pés). Momento festivo de comensalidade na partilha dos alimentos e dos dons.

A sexta-feira santa é a páscoa da cruz. Na glorificação do Senhor na cruz, a comunidade canta a vitória da vida. Não se trata de um choro sem esperança, mas de um choro alegre que deixa o coração aliviado diante da morte. Assim nos ensina o salmista “o choro pode durar uma noite inteira, mas a alegria explode pela manhã!” (Salmo 30, 6b).
O silêncio e a vigília marcam o sábado santo. Com nossas orações esperançadas contemplamos o Senhor na sepultura. Na “noite mais clara do ano”, a explosão da alegria nasce do canto do aleluia entoado pela comunidade que é associada à ressurreição do Senhor. Com nossas lâmpadas acesas vamos clareando a noite, proclamando que a morte já não mata, não mata mais a morte! O Senhor está entre nós! Noite do fogo novo! Noite batismal! Noite da Ceia! Noite do perfume e das flores! Noite do encontro com o Amado. A vigília pascal expressa uma dupla experiência: do povo de Deus que é resgatado da escravidão do Egito e da nossa participação na vida nova de Cristo pelo batismo e pela eucaristia. Celebrando a sua vitória, participamos e nos identificamos com Jesus. “Hoje eu quero a rosa mais linda que houver para enfeitar a noite do meu bem!”
“A Ressurreição é o encontro radical dos que se amam”. Essa foi a experiência das mulheres e dos discípulos que por primeiro experimentaram a presença do Senhor Jesus Ressuscitado (cf. Marcos 16,1-20). Não nos deve espantar o coração que arde no peito e a alegria dos caminheiros de Emaús ao reconheceram Jesus (cf. Lucas 24,13-35). O amor é fogo que queima as entranhas e constrói o novo. O amor anima a esperança e a luta. O amor desafia as estruturas de injustiça e de morte. Ninguém tem amor maior do quem dá a vida pelo outro. O Ressuscitado é o Crucificado que assumiu nossas dores e desencantos!
Nos domingos do tempo pascal, continuamos a festa desta grande noite. É como se fosse um só dia de festa. O Senhor Ressuscitado vai se manifestando às discípulas e aos discípulos. Após a festividade da ascensão do Senhor, na última semana, inicia-se a semana de oração pela unidade das Igrejas. É um tempo de agradecer ao Senhor pela pluralidade no modo como seguimos ao Senhor e ao mesmo de pedir a Ele que nos una sempre mais em seu amor. A cada Domingo, a comunidade acende o círio pascal, renova o batismo das irmãs e dos irmãos e oferece ao Senhor nossas flores e perfumes juntamente com o canto alegre do Aleluia, canto novo da vitória de Cristo e de seus seguidores.
Finalmente, o domingo de pentecostes, festa do Espírito Santo e festa da comunidade que se deixa guiar pelo Espírito de Jesus. O Espírito que defende e continua a missão de Jesus nos ensina a não dividir e subtrair as forças, mas a somar e multiplicá-las para que o reino aconteça! É uma festa da Igreja que deve ser celebrada na unidade do Espírito que congrega e inspira as várias pastorais e movimentos de nossas Igrejas. Na tradição judaica, esta festa é para agradecer e oferecer a Deus a colheita dos frutos da plantação feita após a primeira lua cheia da primavera do hemisfério norte. Daí o nome pentecostes.
 
 
Eliomar Ribeiro, é padre jesuíta, capixaba, escritor, poeta, compositor e quando escreveu este artigo vivia em Roma onde preparava o Mestrado em Teologia com especialização em Juventude.
eliomar@jesuitas.org.br

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