sexta-feira, 25 de março de 2011

COMO ADAPTAR NOSSO DISCURSO E METODOLOGIA AOS NOVOS TEMPOS? - Pe. Jorge Boran

 
Hoje em dia, os coordenadores e assessores mais esclarecidos têm consciência de que estamos diante de um novo momento cultural e que os discursos e metodologias têm que ser adaptados a uma geração jovem com mentalidade e atitudes distintas das gerações anteriores. A parábola do semeador tem uma importância especial para nos iluminar sobre como devemos proceder.
O evangelizador da juventude, seja jovem ou adulto, precisa ter consciência de que sua missão é anunciar o Evangelho a toda a criatura (Mc 16,15). A evangelização é um fenômeno complexo que implica transformação, testemunho de vida, anúncio de Jesus Cristo, adesão à comunidade, participação na missão da Igreja. A Evangelização constitui-se na identidade mais profunda da Pastoral da Juventude. O evangelizador, como o semeador, precisa preparar o terreno, aprender os melhores métodos e a melhor hora para jogar as sementes da Boa Nova. A partir do momento em que as sementes começam a brotar, ele precisa irrigar, adubar e acompanhar a nova vida que nasce. .

Muitos jovens ainda precisam superar uma imagem da fé cristã como crença em doutrinas abstratas, desligadas de suas vidas. A fé é algo muito mais rico. É um encontro amoroso com Deus que toma feições humanas na pessoa de Jesus Cristo. .
A fé é um dom de Deus: "Você não me escolheu, Eu escolhi você" (Jo 15,16). Mas, ao mesmo tempo requer uma opção e um esforço nossos. A fé é a liberdade para sermos plenamente humanos e não para a restrição de nossa humanidade. A fé libera um poder dentro de nós, um poder que vem de Deus.
Westerhoff fala de conversão como uma virada radical da"fé recebida" para a "fé assumida" .
Fé Recebida: é a fé recebida através do meio em que o jovem nasceu, da família e da comunidade. As pessoas crêem , em boa parte, por causa da influência e da pressão de outros; nesse processo entra pouco a decisão pessoal. O problema é que muitos cristãos permanecem neste estágio da "Fé Recebida" e assim se tornam "cristãos culturais". No passado esse tipo de fé era comum a todos e para as estruturas da Igreja era a única modalidade de fé. Na sociedade moderna, porém, "cristãos culturais" murcham sob o calor de uma cultura diferente e pluralista, que questiona as crenças mais sagradas. .
Na "Fé assumida" o jovem assume responsabilidade diante de suas próprias crenças, ações e estilo de vida, fazendo uma opção pessoal por Jesus Cristo. Não é mais possível continuar se escondendo no grupo. O jovem precisa encarar Jesus de frente e dar resposta pessoal a seu convite: "Vem e segue-me". .
A fé é um dom de Deus, mas nós coordenadores e assessores da Pastoral da Juventude, temos como missão ser semeadores da sua Palavra, preparando o terreno onde caem as sementes da palavra de Deus. As sementes que caem em terra que não está preparada não têm condições de crescer. Precisamos levar em conta o novo contexto da cultura pos-moderna para saber como preparar a terra e como apresentar a Boa Notícia de Jesus para que se pareça como boa notícia – de maneira que seja atraente e iniciar o jovem num caminho que leve-o à conversão e ao compromisso. .
Fundamentalmente temos duas opções:
  1. continuar trabalhando com a mentalidade de dez anos atrás e não levar em conta o fato de que estamos lidando com uma nova geração que é muito diferente,
ou
  1. procurar compreender as mudanças que estão acontecendo ao nosso redor, adaptar nosso discurso e metodologia aos novos tempos e, assim, sermos líderes na construção de um mundo novo.
Nos próximos artigos, aprofundaremos algumas pistas pastorais importantes dentro da segunda opção. São pistas que podem indicar o caminho para o novo milênio. .
Perguntas para trabalho em grupos .
1. Quais são as idéias importantes neste texto e qual a relação com sua realidade? Dê exemplos concretos para ajudar a discussão a aterrissar na vida concreta.
2. Quais as dificuldades para passar de uma "fé recebida" a uma "fé assumida"? Dê exemplos da sua vida.
3. Quais são as mudanças que devemos fazer em nossa maneira de trabalhar com jovens para motivar a nova geração?
Pe. Jorge Boran

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