sexta-feira, 25 de março de 2011

Comunicação na Liturgia - Eliomar Ribeiro

 
Vamos refletir brevemente sobre a Comunicação na Liturgia. Antes de tudo temos que ter em conta duas coisas: o que comunicamos com nossas Celebrações e como comunicamos?
O que comunicamos é aquilo que celebramos, ou seja, a ação redentora de Jesus na vida do mundo. Fazemos isto sempre a partir de um ritual. É importante perceber que o rito instaura uma comunicação na fé, entre Deus e o povo, para a atualização da Aliança. O rito é um sinal para o ser humano, sinal sagrado da ação de Deus na vida humana e no cosmos.

O rito se revela nas palavras e nos gestos que usamos para a Celebração. Todos os objetos utilizados nas Celebrações são para significar, simbolizar e sinalizar algo do modo como a Trindade Santa age em nossas vidas.
Na Liturgia há uma comunicação em dois níveis: entre as pessoas que se reúnem para celebrar e entre Deus e o povo reunido. Se é verdade que comunicar é entrar em contato com os outros, a Celebração cristã é um momento privilegiado para se experimentar isto: Deus nos comunica, por seu Espírito, a sua Palavra e a Redenção revelada em Jesus Cristo. A comunidade cristã entra na dinâmica do encontro com Deus porque há primeiro o encontro entre si mesma. Lembre-se de São João puxando a nossa orelha: “quem diz que ama a Deus, a quem não vê, e não ama seu irmão, a quem vê, é um mentiroso”.
Sabendo que comunicamos aquilo que acreditamos e celebramos, vamos então perceber como se dá a comunicação nas Celebrações. Primeiramente, sabemos que nossas Celebrações não são improvisações nem mágicas. Há sempre alguém que preside: padre, diácono, bispo, irmã, ministro, ministra. Além deste serviço, há outros tantos que são importantes para que aconteça bem a Celebração: quem arruma o local, animadores, leitores, acólitos, cantores, tocadores, dançarinos, decoradores, equipes, quem participa das procissões, etc.
Na Celebração não ficamos parados. O próprio ritmo/rito nos convida a estarmos de pé, sentados, ajoelhados. A postura corporal vai nos ajudando a receber a comunicação da Ação que Celebramos: diante de Jesus, que nos fala no Evangelho, ficamos de pé, em sinal de prontidão. O modo como proclamamos as orações e as leituras também revelam o que estamos celebrando: o tom de voz, o estilo da linguagem, o gesto sacramental, a postura corporal, tudo deve comunicar bem.
Como nossa Liturgia é uma Ação comunitária, repleta de serviços, há aqueles que, por exercerem um serviço diferente dos demais, devem também estar com vestes distintas: quem preside, ministros, leitores, dançarinos. Tudo isso ajuda para a comunicação do que celebramos e entre os celebrantes.
Se lembrarmos de uma festa de aniversário notamos que para que a mesma aconteça é preciso muita preparação e cuidado com todos os detalhes. Assim mesmo devem ser as nossas Celebrações. Já chega de improvisar, de acolher mal as crianças e seus familiares, no dia do Batismo. É preciso que as equipes se preocupem com aquilo que comunicam. Não se trata de comunicar por comunicar, mas comunicar aquilo que experimentamos e celebramos. Que importância você tem dado aos momentos celebrativos do seu grupo e da sua comunidade. Não está na hora de mudar alguma coisa?
 
Eliomar Ribeiro, é padre jesuíta, capixaba, escritor, poeta, compositor e quando escreveu este artigo vivia em Roma onde preparava o Mestrado em Teologia com especialização em Juventude.
eliomar@jesuitas.org.br

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