sexta-feira, 25 de março de 2011

Características das relações dentro de um grupo de jovens

 

 

Análise:

Primeira Dimensão - Personalização – O encontro comigo mesmo.

Segunda Dimensão - Integração – O encontro com o irmão(, o outro).

Terceira dimensão - Conscientização política

Quarta dimensão - Teológica - Teologal

Quinta dimensão - Capacitação técnica

 


Análise:


Características da pessoa.

· Ascendência

O ascendente é o traço que caracteriza o indivíduo que sempre se posiciona de “cima para baixo” em relação aos outros. Só ele sabe, só ele manda, só a sua vontade deve prevalecer, só ele é o tal, só ele tem razão. Poderíamos chamá-lo de “autoritário”, embora esta palavra pareça um tanto exagerada demais; contudo, o ascendente é um autoritário muito bem disfarçado: ele não percebe que fica dando receitas prontas, já com respostas para tudo, dá conselhos sem ser solicitado, quer ser o centro das decisões e ter sempre a primeira e a última palavra; despersonaliza as relações sociais; tem tendência para dirigir e explorar pessoas como se fossem objetos; em vez de tratá-las como seres humanos, em geral tem preconceito e intolerância com relação às idéias, sugestões e pensamentos dos outros. Ele disfarçadamente quer ser o centro das atenções e das decisões. Assume sozinho, pois não sabe confiar muito nos outros.

Este tipo ascendente prejudica o surgimento ou o desenvolvimento de verdadeiros líderes ou coordenadores, porque tem medo de perder seu posto. Os que vão surgindo como possíveis lideres são para ele uma ameaça, ele logo procura eliminá-los. Dessa forma, o grupo onde o líder ou coordenador é um ascendente, em geral, é formado na quase totalidade de membros submissos.

· Submissão

É o oposto do ascendente. O submisso é o indivíduo que sempre ou quase sempre se posiciona como “inferior” aos outros. Não se trata de complexo de inferioridade, mas é a característica do seu traço de personalidade. Ele acha que só o outro é que sabe, só o outro é que tem razão ou que está certo.

Ele segue a cabeça dos outros, não tem opinião própria. Revela comportamentos e atitudes infantis. Na hora de assumir, sempre foge, jogando a responsabilidade e trabalhos em cima dos outros. Faz corpo mole em tudo, não leva quase nada a sério e brinca nas horas impróprias.

Num grupo de jovens ou adultos, principalmente na hora de emitir opiniões ou de dar o seu voto, sempre apoiam e votam no ascendente, fazendo com que este ascendente sempre ganhe as eleições, continuando assim a dominar o grupo e impondo situações.

· Dialogal

O tipo dialogal nem é ascendente nem submisso. Valoriza o autêntico diálogo. Sabe tratar os outros de igual para igual. Respeita as opiniões contrárias, sabe discutir com calma e tranqüilidade, sem querer impor suas opiniões. No seu contato com os demais sabe manter um ambiente de alegria, liberdade, confiança, abertura, sinceridade, seriedade, descontração e amizade.

Sabe valorizar e despertar lideranças, e desenvolve no seu grupo e nos eu relacionamento um ambiente de comunhão e participação. Sabe se comunicar com todo tipo de pessoas, sem preconceitos.

O que leva o jovem ao grupo.

Busca de Realização, cada indivíduo tem seus próprios motivos e aspirações que o levam a participar de um grupo. Devido a sua maturidade social e integração temos indivíduos socialmente :

· Infantis

São os indivíduos menos socializados que adotam atitudes de dependência, fogem de toda a responsabilidade e sempre se escoram nos outros, tomando atitudes abdicadoras, tentando satisfazer suas necessidades de afeto através de relacionamentos exclusivos, privilegiados e geralmente possessivos, não desejando senão receber.

· Adolescentes

São os indivíduos que não superaram a fase de revolta típica da adolescência, tentando impor-se ao grupo através de atitudes de contra dependência, forçando assim sua inclusão no grupo, tendem a cobiçar o poder e a querer, se preciso, assumir sozinho o controle do grupo, adotam, como uma reação de defesa contra as necessidades de afeição que sentem, atitudes adolescentes de aparente indiferença ou frieza calculada, procuram fugir de toda tentativa de estabelecer a solidariedade interpessoal sobre uma base mais profunda de amizade, não querem ou não podem dar nem receber.

· Adultos

São os indivíduos que encontram em suas relações interpessoais atitudes ao mesmo tempo de autonomia e interdependência; são possuidores de maior maturidade social; tem tendência a se mostrarem democratas em termos em termos de responsabilidades partilhadas; desejam ser aceitos totalmente e afeiçoados ao grupo pelo que são, encontrando satisfação nos laços da solidariedade e da fraternidade

Necessidades que levam o jovem ao grupo:

· Necessidade de inclusão

“É aquela que todo membro novo de um grupo experimenta em se perceber e em se sentir aceito, integrado, valorizado totalmente por aqueles aos quais se junta. Tentará também, segundo modalidades determinadas pela série de variáveis individuais, verificar seu grau de aceitação, procurando provas de que não é ignorado, isolado, ou rejeitado por aqueles que percebe como os preferidos do grupo. É sobretudo no momento das tomadas de decisão que esta necessidade procura ser satisfeita da maneira mais imperiosa. Um membro sente-se definitivamente incluído no grupo ao se perceber como um participante integral de cada uma das fases do processo de tomada de decisão...”

Nesta necessidade de inclusão, cada tipo de personalidade reage de uma maneira.

Os indivíduos infantis procuram integrar-se ao grupo adotando atitudes de dependência, sobretudo em relação aqueles membros que possuem um status privilegiado. Os indivíduos adolescentes tentam impor-se ao grupo através de atitudes de contra-dependência e forçar assim sua inclusão no grupo. Os indivíduos adultos são os únicos que encontram em suas relações interpessoais cada vez mais positivas, uma satisfação adequada à sua necessidade de inclusão, adotando atitudes de autonomia e interdependência para com os outros membros do grupo.

· Necessidade de controle

Consiste para cada membro, em se definir para si mesmo suas próprias responsabilidades no grupo e também as de cada um que com ele forma o grupo. Em outras palavras, é a necessidade que experimenta cada novo membro de se sentir totalmente responsável por aquilo que constitui o grupo; suas estruturas, suas atividades, seus objetivos, seu crescimento, seus progressos. O grupo ao qual ele adere, do qual ele participa, está sob controle e de quem? Quem tem autoridade sobre quem, em quê e por quê? Todo membro novo deseja saber tudo sobre essas questões e, pouco a pouco, sentir-se seguro quanto às estruturas do grupo e linhas de autoridade. Todo membro de um grupo deseja e sente a necessidade de que a existência e a dinâmica do grupo não escapem totalmente de seu controle.

Na necessidade de controle cada tipo de pessoa também toma um tipo de comportamento. ? Os infantis procuram demitir-se de toda a responsabilidade e delegá-la a outros, especialmente àqueles que percebem como dotados de poderes carismáticos. Na hora de votarem em alguém, sempre votam naqueles que mais aparecem. Os adolescentes têm a tendência de cobiçar o poder e a querer, se preciso assumir sozinhos o controle do grupo. Por isso tomam atitudes autocratas e chegam até a ambicionar a responsabilidade primeira e absoluta do grupo.

Os adultos sendo maduros e equilibrados, têm tendência a se mostrar democratas, isto é, a pensar e a querer o controle do grupo em termos de responsabilidades partilhadas. Eles têm a capacidade de partilhar.

· Necessidade de afeição

Consiste em querer obter provas de ser totalmente valorizados pelo grupo. Em outras palavras, é o desejo secreto de todo indivíduo em grupo de ser percebido como insubstituível no grupo : cada um procura recolher sinais concludentes ou convergentes de que os outros membros não poderiam imaginar o grupo sem ele... Quer ser aceito como pessoa humana, não apenas pelo que tem, mas também pelo que é.

Dependendo da maturidade social de cada pessoa, os membros assumem em relação a essa necessidade de afeição vários comportamentos. Os infantis tentam satisfazer suas necessidades de afeto através de relações privilegiadas, exclusivas e geralmente possessivas. Adotam então atitudes infantis, esperando ser percebidos e aceitos no papel de criança mimada do grupo, não desejando senão receber. Os adolescentes se sentem rejeitados ou ignorados pelo grupo, começam a tomar comportamentos reativos(do contra). Adotam como uma reação de defesa contra as necessidades de afeição que experimentam, atitudes de aparente indiferença ou frieza calculada. Preocupam-se com relações unicamente formais e estritamente funcionais entre os membros. Não querem ou não podem dar nem receber a solidariedade interpessoal sobre uma base mais profunda de amizade. Os adultos desejam ser aceitos totalmente e afeiçoados ao grupo pelo que são. Neles esta necessidade de afeição encontra plena satisfação nos laços de solidariedade e de fraternidade que se estabelecem entre eles e os outros membros do grupo. Somente estes, porque tornaram-se capazes de dar e de receber afeição, estabelecem suas relações em nível autenticamente interpessoal.

Aprendizado deve ser feito por um processo gradativo :

Sensibilização : é a motivação que o indivíduo tem de satisfazer uma necessidade (seja afetiva ou social). Normalmente estas razões são desconhecidas pela própria pessoa. Sejam quais forem as motivações, o importante é não parar por aí, é ir se descobrindo e descobrindo o grupo, no grupo e com o grupo.

Os que já passaram por esta etapa e se encontram numa etapa mais evoluída de engajamento e aprofundamento, e não aceitam, pior ainda, as vezes ridicularizam os que estão na sensibilização. É o caso de alguns que já são coordenadores e militantes, mas ridicularizam ou marginalizam os que precisam de “empolgação” dos encontros ou dos movimentos jovens. Estes são chamados alienados.

A sensibilização é muito importante, em tudo na vida : namoro, amizade, relacionamentos, entusiasmo, músicas alegres e convidativas, etc...

Mas é preciso tomar cuidado para não se fazer “chantagens emocionais” as famosas surpresas com único objetivo de fazer as pessoas se emocionarem ou chorarem, isto por si só já é brincar com o sentimento das pessoas.

Engajamento : A pessoa depois de sensibilizada ou motivada, sente a necessidade de se engajar em algo, mas em quê? Onde? Quando? Por isso é necessário preparar terreno para se poder dar uma resposta adequada e clara a estas perguntas. Essa capacidade de acolher e engajar chama-se capacidade de acolhida. Sem essa capacidade de acolhida, todo o trabalho realizado e todos os encontros não passarão de um fogo de palha ou oba-oba.

O engajamento tem 3 momentos :

a) o entrar : quando chegamos ao grupo temos motivações, mas necessitamos ter oportunidade participar para nos sentirmos sensibilizados.

b) o participar : a quem entrar na reunião devemos dar a oportunidade de participar ativamente de alguma tarefa, segundo suas aptidões e capacidades. Aqui reside dificuldade de muitos coordenadores, que fazem tudo ou quase tudo sozinhos, deixando atrás de si jovens desiludidos que não tiveram a oportunidade de participar, de agir, de mostrar suas qualidades. Também deve se tomar cuidado com o perfeccionismo, para não se exigir das pessoas aquilo que elas não estão preparadas para fazer ou cobrar as tarefas do jeitinho que o coordenador quer. É preciso respeitar a etapa do crescimento do outro, e dar espaço para que ele cresça.

c) o assumir : Não basta o jovem entrar e participar de grupo, é preciso ir adquirindo a capacidade de assumir, pouco a pouco com a participação ele pode ir se sentindo co-responsável, passando então não a assumir “O grupo”, mas de assumir “NO grupo” e “EM grupo”.

Aprofundamento : Uma vez engajada, é importante a pessoa crescer em todos os aspectos da formação integral na fé : aspectos pessoais, interpessoais, senso crítico, formação cristã, capacitação técnica, etc...

tipos de coordenadores:

Coordenador ditatorial

O ditador não se importa o que seus subordinados pensam. Todos os elementos do grupo dependem exclusivamente do "ditador", que possui autoridade máxima. Os membros são meros "executores" das ordens da autoridade. Às vezes, o grupo ditatorial adota aparentes formas democráticas, mas na realidade as Orientações que vem de cima.

Neste tipo de grupo, os membros são apáticos e perdem todo o espírito de iniciativa e responsabilidade estão submetidos a fortes pressões afetivas e a guerrinhas entre si.

Os grupos ditatoriais, embora aparentemente possam ter, em um primeiro tempo, maior eficácia na execução – dependendo da qualidade do líder - terminam dissolvendo-se ou caindo no mero formalismo.

Coordenador paternalista

Na prática trata-se de um grupo ditatorial em que o líder é bom e representa a figura paterna. Todos dependem de seus "conselhos". Aqui, as pressões afetivas e, conseqüentemente, o sentimento ambivalente de amor – ódio, especialmente ao levantar-se nos membros o desejo de maior personalidade e iniciativa.

Apesar das primeira impressões serem diferentes, o ditador e o paternalista são bastante semelhantes. Nenhum deles vê com bons olhos o aparecimento de outros líderes. O coordenador paternalista às vezes é pior porque agarra seus seguidores emocionalmente. Os membros têm medo de magoar seu coordenador com críticas, afinal, "ele é tão bonzinho!". Por outro lado, é mais fácil perceber a má influência o dano causados pelo coordenador ditatorial.

Coordenador Permissivo

O lema este grupo de coordenadores é: "deixar como está para ver como fica". Em geral, este grupo de coordenadores é uma pessoa muito insegura que tem receio de assumir responsabilidade. Ao contrário do ditatorial, que só dava ordens, o liberal não dá instrução alguma. Cada um de seus auxiliares faz o que quer e como bem entende. Na divisão de trabalho, na repartição das responsabilidades, a confusão é completa. A sua direção gera atritos e desorganização entre os membros. Une-se apenas por uma ligação afetiva e certo desejo de conseguir um objetivo comum. Estes grupos tende a dissolver-se ou a criar um grupo ditatorial para poder sobreviver.

Coordenador democrático

Este tipo de coordenador sabe que, com a ajuda do grupo, será mais fácil resolver os problemas. Respeita o homem e crê nele. Consegue a cooperação do grupo pela a sua competência, paciência, tolerância e honestidade de propósitos. Não dá ordens: dá o exemplo, estimulando em vez de ralhar. Toda a sua atenção está concentrada para o que o pessoal pensa. Sabe obter o máximo de produtividade por meio do máximo de vontade. Todos participam das atividades comum e têm idéia clara dos objetivos e meios para consegui-los. Há livre intercâmbio de idéias e discussão clara dos membros necessários para atuar. O grupo democrático permite uma autocrítica comum de todos os membros e aprofunda a consciência da responsabilidade de todos e de cada um nos objetivos comuns. Progressivamente vão aparecendo nos grupos os líderes naturais. O coordenador deve atrai-lo e formá-lo para a liderança. É um dos momentos mais delicados.

Primeira Dimensão  - Personalização – O encontro comigo mesmo.

Segunda Dimensão - Integração – O encontro com o irmão(, o outro).

Terceira dimensão - Senso crítico – Conscientização política

Quarta dimensão - Formação na Fé – Teológica-Teologal

Quinta dimensão - Capacitação técnica

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