quarta-feira, 30 de abril de 2008

TRÊS DIAS PARA VER

O que tu olharias se tivesses apenas três dias de visão?
Helen Keller, cega e surda desde bebê, há setenta anos, escreveu um
ensaio que a revista seleções publicou e diz mais ou menos assim:

Às vezes o meu coração anseia por ver tudo aquilo que só conheço
pelo tato.
Se eu consigo tanto prazer com um simples toque, quanta beleza
poderia ser revelada pela visão! E imaginei o que mais gostaria de
ver se pudesse enxergar, digamos, por apenas três dias.

O primeiro dia seria muito ocupado.
Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por
muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da
beleza que existe dentro deles.
Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão
da beleza ansiosa e inocente.
E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus dois cães.
À tarde daria um longo passeio pela floresta, contagiando meus olhos
com as belezas da natureza.
E rezaria pela glória de um pôr de sol colorido.
Creio que nessa noite não conseguiria dormir.

No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao
empolgante milagre da noite se transformando em dia.
Contemplaria, assombrada, o magnífico panorama de luz com que o
sol desperta a terra adormecida.
Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os
museus.
Tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte.
Veria então o que conheci pelo tato. Todo o magnífico mundo da
pintura me seria apresentado.
A noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema.

No terceiro dia, a cidade seria meu destino.
Iria aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças
brincam.
Viajaria pelo mundo, visitando os bairros estrangeiros.
E meus olhos estariam sempre abertos tanto para as cenas de
felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu pudesse
descobrir como as pessoas vivem e trabalham, e compreende-las
melhor.
À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre
mim.

Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria
ver.
Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto
eu deixara de apreciar.
***
Usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão.
E o mesmo se aplica aos outros sentidos.

Ouçam a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes
de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos.
Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tato.
Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã
não mais sentissem aromas nem gostos.

Usem ao máximo todos os sentidos.
Gozem de todas as facetas da beleza que o mundo lhes revela pelos
vários meios de contato fornecidos pela natureza.
E agradeçamos à Deus por todas as Bênçãos que recebemos diariamente,
e nem nos damos por conta...
***************************************

NADA É POR ACASO
Diz uma canção que o acaso é um "apelido" que às vezes Deus
usa para assinar Sua ação..."

"No mês de agosto de 2001, Moshê (nome fictício), um bem
sucedido empresário judeu, viajou para Israel a negócios. Na
quinta feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário
aproveitou para ir fazer um lanche rápido em uma pizzaria na esquina
das ruas Yafo e Mêlech Georgeno, centro de Jerusalém. O
estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar na pizzaria,
Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme
fila, se realmente desejasse comer alguma coisa - mas ele não
dispunha de tanto tempo.
Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do
balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do
céu.
Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-
lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente.
Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez seu pedido, comeu
rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião.
Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo
aterrorizador.
Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que
ele acabara de percorrer o que acontecera. O jovem disse que um
homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro`s.
Moshê ficou branco.
Por apenas dois minutos ele escapara do atentado. Imediatamente
lembrou-se do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila.
Certamente ele ainda estava na pizzaria. Aquele sujeito salvara a
sua vida e agora poderia estar morto. Atemorizado, correu para o
local do atentado para verificar se aquele homem necessitava
de ajuda.
Mas encontrou uma situação caótica no local. A Jihad Islâmica
enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar
seu poder destrutivo.
Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito
pessoas morreram, sendo seis crianças. Cerca de outras noventa
pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas. As
cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. Pessoas
gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras
tentando ajudar de alguma forma.
Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensangüentadas
eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebê
coberto de sangue implorava por ajuda. Um dispositivo adicional
já estava sendo desmontado pelo exército. Moshê procurou
seu "salvador" entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-
lo. Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que
acontecera com o israelense que lhe salvara a vida.
Moshê estava vivo por causa dele. Precisava saber o que
acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo,
agradecer-lhe por sua vida.
O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião
que o aguardava. Ele começou a percorrer os hospitais da
região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado.
Finalmente encontrou o israelense num leito de um dos
hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida.
Moshê conversou com o filho daquele homem, que já estava acompanhando
seu pai, e contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo
que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato àquele
homem e que lhe devia sua vida. Depois de alguns momentos, Moshê
se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele. Caso seu pai
necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar
em comunicá-lo.
Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema em seu
escritório em Nova Iorque daquele rapaz, contando que seu pai
precisava de uma operação de emergência. Segundo especialistas, o
melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia fica em
Boston, Massachussets. Moshê não hesitou.
Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos
dias.
Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu
amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque.
Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo
senso de gratidão.
Outra pessoa poderia ter dito "Afinal, ele não teve intenção de
salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila ."
Mas não Moshê. Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês
após o atentado. E ele sabia como retribuir um favor.
Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar
seu amigo e deixou de ir trabalhar. Sendo assim, pouco antes das
nove horas da manhã, naquele dia onze de setembro de 2001,Moshê
não estava no seu escritório no 101º andar do World Trade Center
Twin Towers."

(Relatado em palestra do Rabino Issocher Frand) Nada é por acaso...)

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