quarta-feira, 30 de abril de 2008

"A parábola do rico e de Lázaro"

Jesus continuou: - Havia um homem rico que vestia roupas muito caras
e todos os dias dava uma grande festa. Havia também um homem pobre,
chamado Lázaro, que tinha o corpo coberto de feridas, e que
costumavam largar perto da casa do rico. Lázaro ficava ali,
procurando matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do homem
rico. E até os cachorros vinham lamber as suas feridas. O pobre
morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão, na festa do
céu. O rico também morreu e foi sepultado. Ele sofria muito no mundo
dos mortos. Quando olhou, viu lá longe Abraão e Lázaro ao lado dele.
Então gritou: "Pai Abraão, tenha pena de mim! Mande que Lázaro molhe
o dedo na água e venha refrescar a minha língua porque estou
sofrendo muito neste fogo!"
- Mas Abraão respondeu: "Meu filho, lembre que você recebeu na sua
vida todas as coisas boas, porém Lázaro só recebeu o que era mau. E
agora ele está feliz aqui, enquanto você está sofrendo. Além disso,
há um grande abismo entre nós, de modo que os que querem atravessar
daqui até vocês não podem, como também os daí não podem passar para
cá."
- O rico disse: "Nesse caso, Pai Abraão, peço que mande Lázaro até a
casa do meu pai porque eu tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os
avise para que assim não venham para este lugar de sofrimento."
- Mas Abraão respondeu: "Os seus irmãos têm a Lei de Moisés e os
livros dos Profetas para os avisar. Que eles os escutem!"
- "Só isso não basta, Pai Abraão!", respondeu o rico. "Porém, se
alguém ressuscitar e for falar com eles, aí eles se arrependerão dos
seus pecados."
- Mas Abraão respondeu: "Se eles não escutarem Moisés nem os
profetas, não crerão, mesmo que alguém ressuscite." (Lc 16,19-31)

A parábola evangélica é um alerta premente contra o perigo da
riqueza e as conseqüências desastrosas para quem não sabe se servir
dela como meio para obter a salvação eterna. A riqueza pode levar à
condenação.
O rico simboliza aquela pessoa cuja vida limita-se à busca de
prazeres: da comida, da bebida, do vestir-se bem, do locupletar-se
com bens materiais. Por isso, não demonstra a mínima preocupação com
Deus, nem muito menos com seus semelhantes, de modo especial, os
pobres e marginalizados. Interessa-lhes, apenas, quem lhes pode
proporcionar prazer, e seus companheiros de orgias. Nada, porém, que
possa significar amor e ruptura dos esquemas egoístas.
A riqueza estreitava os horizontes do rico da parábola, impedindo-o
de ver para além de seu pequeno mundo. O sofrimento do pobre Lázaro,
à sua porta, era-lhe desconhecido. Sua fome contrastava com a
opulência dos banquetes que o rico oferecia. Seu corpo coberto de
feridas, dando-lhe um aspecto asqueroso, chocava-se com a bela
aparência dos convivas do rico, bem vestidos e adornados.
O desfecho da parábola parece lógico: a insensibilidade do rico
farreador valeu-lhe a condenação eterna de sofrimentos, pois deixara
escapar a única chance de construir sua felicidade eterna, fazendo-
se solidário com o sofrimento do próximo.

Diácono Alfredo Assad Neto

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