quarta-feira, 30 de abril de 2008

Cântico das Criaturas

Quase moribundo, compôs São Francisco o Cântico das Criaturas.
Até o fim da vida queria ver o mundo inteiro num estado de exaltação e louvor à Deus.
No Outono de 1225, enfraquecido pelos estigmas e enfermidades, ele se retirou para São Damião, onde compôs esta bela oração.

Louvado seja Deus na natureza,
Mãe gloriosa e bela da Beleza,
E com todas as suas criaturas;
Pelo irmão Sol, o mais bondoso E glorioso irmão pelas alturas,
O verdadeiro, o belo, que ilumina Criando a pura glória - a luz do dia!
Louvado seja pelas irmãs Estrelas,
Pela irmã Lua que derrama o luar,
Belas, claras irmãs silenciosas
E luminosas, suspensas no ar.
Louvado seja pela irmã Nuvem que há de Dar-nos a fina chuva que consola;
Pelo Céu azul e pela Tempestade;
Pelo irmão Vento, que rebrama e rola.

Louvado seja pela preciosa,
Bondosa água, irmã útil e bela,
Que brota humilde.
é casta e se oferece a todo o que apetece o gosto dela.
Louvado seja pela maravilha
Que rebrilha no Lume, o irmão ardente,
Tão forte, que amanhece a noite escura,
E tão amável, que alumia a gente.

Louvado seja pelos seus amores,
Pela irmão madre Terra e seus primores,
Que nos ampara e oferta seus produtos, árvores, frutos, ervas, pão e flores.

Louvado seja pelos que passaram os tormentos do mundo dolorosos,
E, contentes, sorrindo, perdoaram;
Pela alegria dos que trabalham,
Pela morte serena dos bondosos.

Louvado seja Deus na mãe querida, a natureza que fez bela e forte:
Louvado seja pela irmã Vida
Louvado seja pela irmã Morte.

Amém.

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