terça-feira, 10 de maio de 2011

Projeto Financeiro – Uma Proposta Desafiadora - Marcelo Honório Virgolino

 

Autor: Marcelo Honório Virgolino.

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Introdução.

“Dinheiro não é problema, é solução; o problema e arranjá-lo”. Quantos de nós no dia-a-dia de nossas atividades já não ouviu esta “brilhante” frase.. Quantos de nós não estamos quebrando a cabeça para arranjar um modo de tornar viável os nossos trabalhos pastorais.

Na região pastoral que coordeno (3ª Região Pastoral do Vicariato Episcopal Oeste) estou tentando a cerca de três anos implementar um sistema de coleta de fundos a qual dou o singelo nome de “caixinha”. Cada coordenador de paróquia (Coordenador Paroquial) e alguns coordenadores de capelas (as quais encontram-se em processo de transformação em paróquia) contribuem com R$ 5,00 por mês. Considerando-se que a citada região possui 15(quinze) paróquias e 03(três) capelas – na situação já comentada anteriormente – deveríamos ter teoricamente por mês:

(15 + 3) x R$ 5,00 = R$ 90,00

Sinceramente, este é um sonho que tenho tentado realizar, mas torna-se um pesadelo quando vou cobrar dos meus coordenadores, pois muitos não tem o conceito de planejamento a médio e longo prazo bem firmado; além disso, o próprio grupo que cada um coordena não tem um caixinha fixa – tudo, praticamente, e feito no improviso (gerando todos as conseqüências inerentes a palavra).

Mas ainda não desanimei...tenho conseguido recolher entre R$ 20,00 a 40,00 por mês, não é o ideal, mas já vem ajudando bastante, principalmente na preparação de material para as reuniões e compra de alguns subsídios (como a CF-2001, por exemplo).

A idéia que pretendo apresentar a seguir não é uma fórmula milagrosa; ela depende do empenho de cada um dos citados adiante para dar certo. Desde já estou aberto a qualquer comentário a respeito.

O PROJETO.

Pensemos a nível de estrutura e hierarquia, tomando a diocese a que pertenço como exemplo:

A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro é subdividida em seis regiões geográficas, as quais denominamos Regiões Episcopais (Vicariatos); cada vicariato possui de cinco a seis Regiões Pastorais as quais, cada qual, tem sob sua responsabilidade, um determinado número de paróquias e capelas.

Se cada grupo de jovem (cito GRUPO, e não o coordenador) de uma região pastoral desse, por exemplo, R$ 5,00 ao coordenador de região, e este repassasse R$ 3,00 (pois R$ 2,00 seriam destinados ao caixa da região pastoral) para a comissão vicarial e esta, por conseguinte, repasse R$ 2,00 (pois R$ 1,00 seria do caixa vicarial) para a comissão diocesana, acredito que não teríamos tantos problemas (dependendo do trabalho a ser desenvolvido, é claro).

Para visualizar melhor esta idéia, observemos com atenção a estrutura abaixo. e levemos em consideração os seguintes dados:

a)Cada participante do grupo contribuirá com R$ 1,00 para o caixa do grupo jovem, sendo parte destinada a comissão da região pastoral (R$ 5,00) e o restante será destinado as atividade do grupo.

b)Cada Grupo Jovem (e não o coordenador) contribuirá com R$ 5,00 por mês (devo insistir no fato que esta contribuição é MENSAL).

c)Cada Região Pastoral tem 15 (quinze) grupos de jovens.

d)Cada Vicariato tem 05 (cinco) regiões pastorais.

e)A Diocese possui seis vicariatos.

f)Cada Diocese contribuirá com 50% do valor arrecadado para os trabalhos da Comissão regional.

Quantia

Destino

Regional

W x R$ 450,00

Trabalhos da Comissão Regional

Onde:

W = Número de dioceses do Regional.

Y = Nº de participantes do grupo.

X = Valor arrecado a partir do nº de participantes do grupo.

Quantia

Destinatários

Destinatários

Diocese

6 x R$ 150,00

= R$ 900,00

R$ 450,00

Destinados aos trabalhos da Comissão Diocesana

R$ 450,00

Destinados aos trabalhos do Regional.

       

Vicariato

5 x R$ 45,00

= R$ 225,00

R$ 150,00

Destinado aos trabalhos da Comissão diocesana.

R$ 75,00

Destinados aos trabalhos da Comissão vicarial.

       

Região Pastoral

15 x R$ 5,00

= R$ 75,00

R$ 45,00

Destinado a os trabalhos da Comissão vicarial.

R$ 30,00

Destinados aos trabalhos da Comissão de região.

       

Grupo Jovem

Y x R$ 1,00

= R$ X reais

R$ 5,00

Destinados aos trabalhos da Região Pastoral

R$ X – R$ 5,00

= Destinados aos trabalhos do grupo jovem.

PONTOS NEGATIVOS.

Por “pontos negativos” favor entender dificuldades. Estas existem em qualquer atividade que se deseja desenvolver (e esta proposta não foge a regra).

a)Vai dar MUITO trabalho, pois o resultado deste sistema esta diretamente relacionado ao grau de consciência de nossos coordenadores (nos diferentes níveis) e dos participantes dos grupos de jovens.

b)Conscientizar os participantes da necessidade de doarem R$ 1,00 a cada mês.

c)Conscientizar igualmente os coordenadores (paroquial, de região pastoral, Vicarial e Diocesano) da necessidade de incentivar os participantes dos grupos de colaborarem, pois os frutos serão colhidos por eles mesmos no futuro.

d) Não tenho idéia da postura do Clero em relação a esta proposta (pois na região que coordeno, nenhum comentário negativo foi feito até o momento – apesar de cada pároco e irmã receber uma cópia da ata de reunião, na qual este contribuição é citada).

e) EXIGIRÁ uma grande transparência na apresentação dos valores arrecadados (pois afinal estaremos lidando com o dinheiro das pessoas e elas naturalmente irão querer ver um mínimo de resultados). Uma especial atenção deverá ser dada ao Clero, pois eles podem ser um fator relevante (ou não) do sucesso desta proposta.

f)Poderá gerar “rixas” – desde entre os coordenadores de grupos até os coordenadores diocesanos, pois ninguém está livre da tentação de “querer mostrar melhor serviço (ou eficiência) que os demais”, a inveja não é um dos sete pecados capitais à toa.

PONTOS POSITIVOS:

a)Quem tem menos contribui menos, quem tem mais contribui mais.(contribuição proporcional a quantidade de comunidades em que a PJ encontra-se articulada).

b)Forma indireta de avaliar a articulação da PJ, pois quanto maior o montante arrecadado, teoricamente, melhor estruturada estará a PJ.

OBS: Neste ponto é importante enfatizar que o coordenador NÃO deve contribuir pelo grupo, pois isto poderá gerar um certo comodismo por parte de alguns participantes que ainda não encontram-se comprometidos com os objetivos da contribuição. Além disso, transmitirá a idéia errônea de que TUDO ANDA BEM EM SEU GRUPO.

c)Dará a sensação de ele, participante do grupo, ser o responsável pelo sucesso de seu grupo, e por conseqüência, da evangelização (pois a não contribuição por sua parte dificultará o já trabalhoso (porém agradável) serviço de passar a mensagem da Boa Nova para aqueles que ainda não despertaram para ela.

CONCLUSÃO.

Como podem notar as palavras CONSCIÊNCIA e COMPROMISSO são as palavras-chaves que proponho para a solução deste problema. É extremamente importante que todos os participantes da lista partilhem suas impressões a respeito desta proposta, de modo que a idéia seja aprofunda e, se aprova, aplicada.

Meu e-mail é marceloh@int.gov.br é aguardo, ansiosamente, pelas reflexões que vocês puderem me enviar.

OBS:

Este arquivo foi elaborado em em meados de 2001, foi  Feito por Marcelo Honorio Virgulino e editado posteriormente por Julio Nambu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário