Um dos assuntos que são menos tratados nos grupos de jovens é o sexo. Já notaram? Muito embora todos e todas, desde que não apresentem algum problema de ordem física, são preparados e estão capacitados, a partir de uma certa idade, para o relacionamento sexual. Com esta pequena reflexão, gostaria de expor alguns aspectos que são evitados pelos jovens e talvez por isso esse assunto não seja tratado como deveria: de forma consciente, clara e aberta e com a mesma freqüência com que se fala de espiritualidade, oração e eucaristia. Porque não é raro saber de jovens dos grupos que ficam grávidas ou que já fazem sexo como se fossem casados e casadas.
Em primeiro lugar, devemos clarear para os jovens porque a Igreja é contra o uso da camisinha. A Igreja se posiciona dessa maneira não porque queira que as pessoas se contaminem com o vírus HIV, mas porque o uso desse preservativo tira a possibilidade da livre entrega que deve acontecer entre um homem e uma mulher e favorece a promiscuidade (uma agora, outro amanhã e por aí vai). Essa entrega dever acontecer no momento oportuno e deve vir acompanhada de um compromisso mútuo, pois o homem e a mulher se unirão para se tornarem “uma só carne” e daí constituírem uma família. No entanto, hoje em dia é comum acontecerem relacionamentos sexuais sem nenhum compromisso e só por força do instinto: “tô com vontade então transo” ou “ela me atrai por isso transo”. Isso parece ser a mesma coisa que usar um copo descartável: depois que eu uso, jogo fora e pronto! É, portanto, por esse motivo, além de outros, que a Igreja se posiciona contra a camisinha porque ela deseja estar a favor da pessoa humana e não a favor do prazer pelo prazer.
Em segundo lugar, o problema do relacionamento sexual antes do casamento. Muitos jovens acham que deveria ser permitido transar antes de casar pelo simples fato de não terem paciência para esperar o tão sonhado momento. Contudo, muitos já sabem, por experiência própria, que depois que se transa demais com uma pessoa o sabor da novidade, se não é perdido, é abalado, pois já não há aquela curiosidade da primeira vez. É então que a Igreja nos propõe que nos mortifiquemos um pouco para que possamos aprender a controlar os nossos instintos, porque quando não os controlamos agimos de forma animal e não é isso que somos, somos seres dotados de inteligência e razão que deve superar o instinto. Além disso, o sexo não tem que ser visto como uma válvula de escape deve ser antes instrumento de entrega, de doação e conseqüência do amor. Portanto, ele não deve acontecer primeiro que a conversa, o diálogo, o carinho, a amizade e sim ser manifestação última desses valores. E é no casamento que tudo isso é contemplado, pois aí há o compromisso que os dois sacramentam e onde desejam ser instrumentos de felicidade um para o outro.
Finalmente, sei que o que foi apresentado acima choca um pouco, mas é preciso lembrar que a Igreja propõe esses comportamentos e não os impõe porque sabe que o sexo tem que ser visto dentro de uma sexualidade madura e construtiva do ser humano. Cabe a cada um e cada uma de nós fazer a nossa própria opção de vida, lembrando, porém, que como nos diz São Paulo “tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém”. Portanto, se quisermos ser pessoas livres, cristãos verdadeiros, optemos por viver de maneira que possa nos levar a felicidade que vem de Deus e nos tornem sábios e sábias. Porém se quisermos o oposto, aí o problema é nosso...
Alberto Miranda
Assessor Arquidiocesano da PJ
Setor Capital (Salvador – Ba)
(OBS: tudo em meados de 2003, não tenho informações se ainda está em assessoria)
Perguntas para reflexão
- O que mais chamou a minha atenção no texto?
- O que penso, sinceramente, sobre o sexo?
- Que opção desejo para minha vida, em relação ao sexo: a que me liberta ou a que escraviza?